
O uso de governo aberto para fortalecer os agricultores na Colômbia
Para preparar uma receita de sucesso é importante saber escolher seus ingredientes. Uma pitada de respeito aos saberes locais, uma colher [bem cheia] de participação social, mexer os dados, descansar o alimento. Foi com esses ingredientes que o Agronet ficou reconhecido com uma das políticas mais inovadoras da Colômbia: uma rede de informação e comunicação para subsidiar as atividades de agricultores.
Para a colheita dessa boa política pública, o Ministério da Agricultura percorreu um caminho de muitas entradas.
- Consultar quais informações que são necessárias, em conjunto com diversos atores (academia, organizações produtoras de conhecimento, órgãos governamentais e a própria população rural);
- Traduzir informação e conhecimento em linguagem que chegue até o público;
- Respeitar e valorizar os saberes locais;
- Se movimentar: ir até os locais, conversar com aquelas populações e entender suas realidades;
- Formar e refletir em conjunto, tendo como base a co-criação;
- Diferentes formas de tecnologia: APP para quem é de APP, site para quem é de site, SMS para quem é de SMS.
Lá em 2005, o Agronet surge como uma ação para reunir as informações estatísticas do setor agropecuário na Colômbia a partir de uma demanda daquele governo. No entanto, como uma boa receita, adicionou toques especiais ao seu tempero. O Agronet logo se transformou em mais do que um site que reunia dados, tornando-se uma estratégia ampla de participação social e comunicação com as comunidades agrícolas.

Alejandro Ruiz nos contou que muito mais do que ser um projeto pontual, o Agronet se consolida como uma política pública que já perdura por diversas administrações na Colômbia. No Agronet, a participação social e a comunicação com as comunidades aparecem como as bases para o desenvolvimento das políticas de transparências e abertura de dados.
Mas como se junta comunidades rurais, produção de conhecimento no setor agropecuário e o governo num projeto que tivesse inserção nacional? A resposta para essa questão vêm em duas partes: priorização das pessoas na condução dos processos e saber comunicar os conhecimentos com todos os públicos, respeitando as realidades e trajetórias de cada região. Essas duas frentes permitiram que o Agronet conseguisse chegar nos mais afastados territórios da Colômbia e ainda incluísse as populações sem acesso à internet.
Ir até os territórios mais afastados, respeitar os saberes locais, conhecer e ouvir a população local, incluir próprias pessoas dos territórios na condução dos processos participativos, utilização de SMS para quem não tem acesso à internet, divulgação de dados do setor agropecuário em diversos formatos, preocupação com a linguagem utilizada, estímulo à participação presencial e online… isso e muito mais é o que faz do Agronet ser uma política pública que utiliza como como base dessa preparação esse tal do Governo Aberto. Parece que no fim a receita é um sucesso, não?
Conheça mais sobre o Agronet no link: https://www.agronet.gov.co/Paginas/inicio2.aspx
Discussões como essa são feitas no nosso Diálogos de Governo Aberto. Gostou? Então vem participar! Os encontros ocorrem às quartas-feiras, às 19h pelo Zoom. Acesse pelo link: http://bit.ly/dialogosdegovernoaberto